Como a Reforma Tributária muda a margem de ganhos do autônomo?

Como a Reforma Tributária muda a margem de ganhos do autônomo?

A Reforma Tributária traz mudanças importantes para quem tem empresa no Lucro Presumido e Lucro Real, afetando diretamente a margem de ganho dos autônomos que atuam sob esses regimes. Já para quem está no Simples Nacional, os impactos são indiretos, mas ainda significativos dependendo do tipo de cliente atendido e irão afetar o negócio dos pequenos negócios.

Vamos pensar em profissionais da saúde, como dentista, médico, psicólogo, fonoaudiólogo e fisioterapeuta que prestam serviços em uma clínica e tem o CNPJ enquadrado no Lucro Presumido. Hoje, eles pagam 8,65% de impostos sobre o consumo (PIS, Cofins e ISS). Com a reforma, essa alíquota vai subir para 10,60%. Já para clínicas desses profissionais no Lucro Real, a carga tributária sobre o consumo vai cair de 14,25% para 10,60%. O que pode aliviar um pouco é a possibilidade de usar créditos de impostos pagos em compras e serviços contratados para abater o valor final a pagar. 

Imagine como se fosse uma compra no supermercado, em que você pode usar cupons de desconto. Quanto mais “cupons” (ou créditos tributários) você acumular, menor será o valor final do seu “carrinho de impostos”.

Para quem atua no Simples Nacional, como dentistas que prestam serviços principalmente para pessoas físicas, a alíquota de impostos não muda. Mas, se o dentista também atende empresas, ele pode perder competitividade. Isso porque empresas que operam no Lucro Real ou Presumido vão oferecer vantagens financeiras ao poder descontar esses créditos tributários, o que pode refletir em preços mais baixos para os serviços.

Esse cenário não é exclusivo para dentistas — vale também para outros profissionais da saúde, como médicos e psicólogos. Para os profissionais liberais de outras áreas, como advogados, arquitetos e engenheiros, a alíquota passará a ser de 18,55%, mas também com a vantagem de aproveitar os créditos tributários das suas compras e serviços.

Mas não se preocupe, vamos te explicar tudo direitinho para que você possa se planejar e continuar garantindo seus ganhos.

O que sabemos da Reforma Tributária até agora?

Embora a Reforma já tenha sido aprovada, a implementação vai começar só em 2026, e ainda haverá discussões para ajustar os detalhes. O novo sistema vai funcionar com o Imposto sobre Valor Agregado (IVA), que terá uma alíquota geral de 26,50% (passível de alterações durante a regulamentação da Reforma), com reduções de 60% para a saúde (ficando em 10,60%) e 30% para outros profissionais liberais (ficando em 18,55%). O IVA será dividido em dois tributos: o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que substitui ISS e ICMS, e a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), que vai substituir PIS, Cofins e IPI.

O que muda em impostos para o autônomo com a Reforma Tributária?

A Reforma Tributária traz duas mudanças principais que impactam diretamente o autônomo com CNPJ. 

A primeira é a substituição dos impostos que incidem sobre o consumo, e a segunda é a nova forma de tributar as operações de venda de serviços e produtos, permitindo que o imposto a ser pago possa ser abatido pelos impostos pagos em compras e serviços contratados pela empresa. Isso pode representar uma economia significativa, principalmente para quem depende de insumos e serviços de terceiros para operar.

Impostos antes da Reforma Tributária 

Atualmente, um autônomo com CNPJ é tributado por diferentes impostos, organizados em três categorias: impostos sobre o consumo, impostos sobre a renda e impostos sobre a folha de pagamento.

Impostos sobre consumo:

  • PIS: Programa de Integração Social.
  • Cofins: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social.
  • ISS: Imposto sobre Serviços, que é municipal e incide sobre a prestação de serviços.
  • ICMS: Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, de competência estadual.
  • IPI: Imposto sobre Produtos Industrializados, aplicado na venda de produtos industrializados.

Impostos sobre a Renda:

Impostos sobre folha de pagamento

  • INSS Patronal: Instituto Nacional do Seguro Social, pago pela empresa sobre os salários dos empregados e sócios.
  • INSS Pessoa Física Sócio: Pago sobre a remuneração dos sócios da empresa.
  • IRPF Sócio: Imposto de Renda de Pessoa Física dos sócios, aplicado sobre os rendimentos pessoais.

Esses tributos geram uma carga tributária significativa, especialmente para profissionais liberais como advogados, médicos, engenheiros, e outros prestadores de serviços.

Impostos depois da Reforma Tributária

Com a Reforma, o cenário dos impostos sobre o consumo muda drasticamente. Os tributos PIS, Cofins, ISS, ICMS e IPI serão extintos, sendo substituídos por dois novos tributos:

  • IBS (Imposto sobre Bens e Serviços): Este imposto substituirá o ISS e o ICMS, simplificando a tributação sobre a circulação de serviços e mercadorias.
  • CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços): Substitui o PIS, Cofins e IPI, sendo um tributo único que incide sobre o consumo de bens e serviços.

Um exemplo prático: imagine que um arquiteto precise comprar materiais de construção para realizar um projeto. No modelo atual, ele paga PIS, Cofins, ICMS e ISS, sem a possibilidade de abater diretamente esses impostos de sua própria carga tributária.

Com a Reforma, o arquiteto poderá usar os impostos pagos sobre os materiais comprados como “créditos tributários”, que serão abatidos do valor que ele deve pagar em IBS e CBS no futuro. Isso funciona como se ele tivesse “pontos de desconto”, o que pode reduzir bastante o valor final a ser pago.

Apesar de a carga tributária ser maior sobre o consumo (com alíquotas mais altas para alguns setores), a possibilidade de utilizar créditos tributários para abatimento pode aliviar esse aumento, especialmente para profissionais que compram muitos insumos ou contratam serviços regularmente.

O que não muda com a Reforma?

É importante lembrar que a Reforma não altera os impostos sobre a renda e a folha de pagamento. Assim, tributos como IRPF, CSLL, INSS Patronal e INSS e IRPF dos sócios continuam sendo cobrados no formato atual. Esses tributos não estão incluídos nas mudanças propostas pela Reforma Tributária.

Com a implementação dessas mudanças a partir de 2026, a expectativa é que o novo sistema seja mais simples e eficiente, ao mesmo tempo em que oferece algumas vantagens em termos de abatimentos de impostos, ajudando profissionais autônomos a controlar melhor sua carga tributária.

Reforma Tributária para autônomos: quais profissões podem ser afetadas?

A Reforma Tributária afetará todas as atividades econômicas com operações de consumo de bens e serviços desenvolvidas tanto por Pessoas Jurídicas (PJ) quanto por Pessoas Físicas (PF), exceto aquelas realizadas no âmbito de contratos de trabalho regidos pela CLT.

Entre os profissionais autônomos beneficiados estão:

  • médicos e outros profissionais da saúde (nutricionistas, fonoaudiólogos, psicólogos, fisioterapeutas…)
  • administradores;
  • advogados;
  • arquitetos e urbanistas;
  • biólogos;
  • contabilistas;
  • economistas;
  • profissionais de educação física;
  • engenheiros
  • agrônomos;
  • estatísticos;
  • médicos veterinários
  • zootecnistas;
  • museólogos;
  • químicos;
  • profissionais de relações públicas,
  • entre outros. 

Qual a alíquota de impostos com a nova Reforma para autônomos?

A regra geral impõe uma alíquota de 26,5% sobre o faturamento das empresas, mas lembrando que esse valor pode ser alterado ao longo da regulamentação da Reforma.  No entanto, algumas profissões e áreas de negócios foram beneficiadas com uma redução nessa alíquota, o que afeta tanto os profissionais liberais autônomos como as empresas do tipo sociedades de profissionais.

De acordo com a proposta de lei que regulamenta os novos impostos, certas categorias de profissionais liberais terão uma redução de 30% na alíquota, resultando em uma carga tributária de 18,55%

Além disso, algumas áreas de prestação de serviços, venda e/ou produção de mercadorias,  terão uma redução ainda maior na alíquota geral, de 60%, resultando em uma carga tributária de 10,60%

Entre os beneficiados com esta redução estão:

  • serviços de educação (ensino básico e superior);
  • serviços de saúde (médicos, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogo, entre outras profissões);
  • dispositivos médicos;
  • dispositivos de acessibilidade próprios para pessoas com deficiência;
  • medicamentos;
  • alimentos destinados ao consumo humano;
  • produtos de higiene pessoal e limpeza majoritariamente consumidos por famílias de baixa renda;
  • produtos agropecuários, aquícolas, pesqueiros, florestais e extrativistas vegetais in natura;
  • insumos agropecuários e aquícolas;
  • produções nacionais artísticas, culturais, de eventos, jornalísticas e audiovisuais;
  • comunicação institucional;
  • atividades desportivas (academias de atividades físicas e personal trainer) ; 
  • bens e serviços relacionados à soberania e à segurança nacional, à segurança da informação e à segurança cibernética; e
  • reabilitação urbana de zonas históricas e áreas críticas de recuperação urbanística.

Qual a alíquota de impostos com a nova Reforma para autônomos no Simples Nacional?

No primeiro momento, para os prestadores de serviços do Simples Nacional, os impactos são indiretos, uma vez que as alíquotas do Simples não serão alteradas, mas sim os impostos contidos dentro da DAS. 

Assim, as empresas do SN terão a opção de recolher os novos impostos fora da guia tradicional, o que permitirá o benefício dos créditos tributários sobre suas compras e serviços contratados, além de possibilitar a transferência desses créditos integralmente para seus clientes. A opção pode ser interessante para autônomos que prestam serviços, predominantemente, para empresas. 

Mas é necessário o cuidado nesta tomada de decisão, uma vez que você não poderá alterar o regime tributário antes de um ano e pode acabar pagando mais impostos. 

Dos impactos indiretos podemos destacar:

  • Split Payment: Quando o prestador de serviço estiver sujeito à cobrança direta dos impostos no momento em que receber o pagamento do tomador, ele deixa de poder utilizar aquele valor no seu fluxo de caixa momentaneamente, uma vez que hoje o vencimento da DAS ocorre no dia 20 do mês subsequente, enquanto que com o split payment o tributo será recolhido no momento do recebimento pelo serviço prestado.
  • Potencial perda de competitividade: devido ao menor valor de crédito gerado pelas empresas do Simples, que recolherão o IVA dentro da DAS, uma vez que o crédito gerado pelas empresas do Lucro Presumido e Lucro Real será maior para o tomador que puder se creditar do IVA pela alíquota integral.
  • Mudança do momento de reconhecimento da tributação da receita: podendo ser o momento do pagamento ou da emissão da NF – o que ocorrer primeiro.

Para mais informações sobre como a Reforma Tributária afeta as empresas do Simples Nacional, consulte nosso outro artigo.

Quadro comparativo antes x depois da Reforma Tributária

Antes da Reforma TributáriaDepois da Reforma Tributária
Impostos5 Tributos (PIS, Cofins, IPI, ISS e ICMS)2 Tributos IVA (IBS e CBS)
Forma de pagamentoEm moeda nacional ou compensando créditos para tributos específicos e conforme regime tributárioEm moeda nacional ou compensando créditos em ambos os tributos
Prazo para pagamentoMensal em datas distintasMensal ou por quando o prestador de serviço estiver sujeito à cobrança direta dos impostos no momento em que receber o pagamento do tomador (situações a definir)
AlíquotaMais de 50 alíquotas distintas entre os tributosAlíquota padrão de 26,5% ou reduzidas a 0%, em 30% ou 60%) 

Oportunidades e riscos para autônomos PF após a Reforma Tributária

Para muitos autônomos que atuam como pessoa física, a formalização como Pessoa Jurídica (PJ) pode ser uma oportunidade estratégica, uma vez que o novo sistema permite a utilização de créditos tributários. Empresas contratantes podem preferir PJs que, ao transferir créditos de impostos, se tornam opções mais vantajosas. Desconsiderando a contratação de autônomos que atuam como pessoa física.

Atualmente, um autônomo que presta serviços como pessoa física é tributado por três principais impostos: 

  • ISS (Imposto sobre Serviços);
  • INSS (Instituto Nacional do Seguro Social),
  • IRPF (Imposto de Renda de Pessoa Física) sobre seus rendimentos mensais. 

Esses impostos podem gerar uma carga tributária expressiva, especialmente para profissionais liberais como advogados, médicos e engenheiros.

Impostos depois da Reforma Tributária

A Reforma Tributária propõe a extinção do ISS (Imposto Sobre Serviços), substituindo-o pelo IBS (Imposto sobre Bens e Serviços). 

No entanto, ainda não está claro como o IBS será aplicado nas operações de prestação de serviços por autônomos. 

Ainda há incertezas sobre como os autônomos que não são formalizados como Pessoa Jurídica (PJ) serão tributados com a implementação da Reforma Tributária. Por enquanto, não é possível determinar se haverá aumento ou redução na carga tributária para esses profissionais, que atualmente já enfrentam uma carga superior em comparação a colegas com CNPJ e o mesmo faturamento.

Se você já possui um CNPJ, recomendamos ler este texto aqui: “Como a Reforma Tributária impacta o profissional PJ: impostos e lucro”.

Entenda o que são créditos tributários neste conteúdo. 

Oportunidades e riscos para autônomos PJ após a Reforma Tributária

Para aqueles autônomos que já possuem CNPJ e operam como PJ, a Reforma também traz impactos significativos, especialmente para os profissionais enquadrados nos regimes de Lucro Real e Lucro Presumido

A nova alíquota padrão de 26,5% dos tributos IBS e CBS (ainda em discussão, portanto, pode mudar até a implementação em 2026) poderá alterar a dinâmica dos impostos pagos, mas há possibilidades de redução dependendo do setor

No entanto, a Reforma também apresenta riscos, como a incerteza sobre a aplicação do IBS e a complexidade de operar sob dois sistemas tributários durante o período de transição, que vai de 2026 até 2033. 

Erros de cálculo na gestão financeira podem ocorrer, afetando negativamente a rentabilidade. Ainda assim, a formalização e a correta utilização dos créditos tributários podem ser uma vantagem competitiva, reduzindo a carga tributária e ampliando a margem de ganhos.

Como funciona o crédito tributário na prática e por que ele é importante na precificação?

Com a Reforma Tributária, os novos tributos, o IBS e a CBS, possuem a característica de serem não cumulativos. Isso significa que, diferentemente do sistema tributário atual, esses impostos não serão calculados de forma acumulada sobre outros impostos

No sistema atual, é comum que os impostos sejam calculados sobre um preço que já inclui outros impostos, o que gera o chamado “efeito cascata”, onde os tributos vão se somando ao longo da cadeia de produção e distribuição, aumentando o custo final.

A não cumulatividade dos novos tributos significa que será possível utilizar créditos tributários para abater o imposto devido nas operações de venda de produtos e mercadorias

Em termos simples, isso quer dizer que quando uma empresa paga tributos ao adquirir mercadorias ou serviços, ela poderá utilizar esses valores pagos como crédito para reduzir o montante de imposto que deve pagar quando vender seus próprios produtos ou serviços. 

Isso ajuda a reduzir o valor final do imposto a ser pago pela empresa, tornando o sistema tributário mais justo e eficiente e pode influenciar diretamente no preço dos serviços e mercadorias, aumentando ou diminuindo a competitividade do profissional no mercado. 

Como se preparar para a Reforma Tributária?

A chave para os profissionais autônomos será entender como a nova carga tributária, junto à gestão de créditos tributários, afetará suas margens de lucro. Em alguns casos, essa mudança pode resultar em uma carga tributária menor, beneficiando aqueles que souberem aproveitar as novas regras.

Se você atua com CNPJ e presta serviço para empresas

Os autônomos que atuam como PJ, especialmente os profissionais liberais, tendem a ser mais procurados tanto para prestação de serviços quanto para fornecimento de mercadorias.

Isso ocorre porque o contratante ou comprador PJ poderá aproveitar os créditos tributários gerados pelos impostos incidentes nas transações, o que torna a contratação desses profissionais mais vantajosa.

Além disso, os profissionais liberais que atuam como PJ se beneficiarão de uma redução de 30% na alíquota padrão do IBS e CBS aplicada sobre os serviços prestados por suas empresas. Essa redução pode tornar os serviços oferecidos por esses profissionais mais competitivos e atraentes no mercado.

Se você atua com CNPJ e presta serviço para pessoas físicas

Para empresas formalizadas que prestam serviços a pessoas físicas, a principal mudança com a Reforma Tributária será na forma de tributação. Se o custo do serviço aumentar ou diminuir, isso refletirá diretamente no preço cobrado ao consumidor final. 

No entanto, se a empresa já está enquadrada no Simples Nacional, a carga tributária e a metodologia de apuração dos impostos permanecerão as mesmas. Além disso, não será necessário optar pelo sistema híbrido de recolhimento, já que pessoas físicas não podem utilizar créditos tributários. Portanto, essa não será uma preocupação para quem atua exclusivamente nesse mercado.

Se você atua sem CNPJ e presta serviço para empresas

O que já se pode prever é uma possível diminuição, por parte de empresas, na procura por serviços prestados por autônomos não formalizados. Isso porque as empresas contratantes (PJs) não poderão utilizar os créditos tributários dos serviços adquiridos, uma prática que pode reduzir seus próprios impostos. 

Como resultado, esses profissionais podem ficar limitados a prestar serviços quase exclusivamente para outras pessoas físicas, o que pode restringir suas oportunidades de mercado.

Lembrando que esse cenário vale para profissionais autônomos que prestam, em sua maioria, serviços para outras empresas. Para quem presta mais serviços para pessoas físicas, o cenário não muda, pois pessoas físicas não acumulam créditos tributários

Se você atua sem CNPJ e presta serviço para pessoas físicas

Para o autônomo que presta serviços exclusivamente para outras pessoas físicas, a demanda pelos serviços não deve diminuir por conta da tributação, já que pessoas físicas não têm a possibilidade de utilizar créditos tributários sobre os serviços contratados. 

No entanto, ainda é recomendado analisar qual a tributação mais vantajosa para manter o negócio. Ao se formalizar como PJ, você pode reduzir o valor do imposto a pagar, o que pode diminuir o custo do seu serviço. Com isso, você pode optar por oferecer preços mais competitivos aos seus clientes ou aumentar sua margem de lucro.

Portanto, após a Reforma, é crucial que as empresas compreendam todos os cenários de suas operações:

  1. Quem são seus clientes
  2. Qual é o regime tributário desses clientes
  3. Para onde será prestado o serviço ou enviada a mercadoria
  4. Quem são seus fornecedores
  5. Quanto crédito tributário poderá ser obtido em cada operação.

Esse entendimento permitirá um planejamento tributário eficaz e a maximização das oportunidades de negócio no novo cenário fiscal.

Vai aumentar os impostos?

A alíquota de impostos paga pelo profissional autônomo não necessariamente refletirá a carga tributária total da empresa, pois, com a utilização dos créditos tributários, o valor final do imposto devido poderá ser ainda menor

Isso significa que somente após a apuração final do imposto será possível determinar a carga tributária exata da empresa. Por isso, ter um contador informado sobre as mudanças da Reforma Tributária aqui fará toda a diferença. 

Essa redução na carga tributária impactará diretamente a precificação das mercadorias e serviços oferecidos. Com a nova estrutura tributária, as empresas poderão recalcular os preços, considerando os créditos tributários disponíveis

Prós de recalcular os preços:

  1. Redução de Custos: Com o aproveitamento dos créditos tributários, as empresas podem abater parte dos impostos pagos em compras e serviços contratados. Isso pode reduzir os custos operacionais, permitindo que os preços sejam ajustados para se tornarem mais competitivos.
  1. Maior Competitividade: Empresas que aproveitam os créditos tributários conseguem reduzir o valor final dos produtos e serviços ou até mesmo negociar melhores margens. Isso oferece uma vantagem competitiva no mercado.
  1. Transparência Tributária: A nova estrutura de impostos permite uma visualização mais clara dos tributos embutidos no preço, facilitando a gestão financeira e a definição de preços mais justos, alinhados ao novo cenário fiscal.

Cuidados ao recalcular os preços:

  1. Complexidade Inicial: A adaptação ao novo sistema tributário pode ser complexa, exigindo um planejamento cuidadoso para calcular os créditos de forma correta. Empresas que não têm uma gestão tributária eficaz podem enfrentar dificuldades em ajustar os preços adequadamente.
  1. Impacto nos Preços Finais: Dependendo do setor, os créditos tributários disponíveis podem não ser suficientes para compensar o aumento da alíquota geral de impostos. Isso pode fazer com que o preço final do produto ou serviço acabe aumentando, afetando a demanda.

É fundamental que as empresas comecem desde já a analisar o cenário atual e a se preparar para o novo ambiente fiscal, de modo a ajustar suas margens e evitar preços excessivos ou mal calculados que podem impactar diretamente na saúde financeira do negócio. O entendimento claro do ponto de equilíbrio entre custo e preço é essencial para garantir que a empresa não opere no prejuízo ou com margens inadequadas.

O que muda para o autônomo no Simples Nacional?

Para os autônomos que optam pelo Simples Nacional, a Reforma Tributária traz impactos indiretos, uma vez que não altera a forma de apuração de impostos nem a carga tributária, especialmente para aqueles que prestam serviços diretamente a pessoas físicas.

Com a reforma, os impostos ICMS e ISS serão substituídos pelo IBS, e o PIS, Cofins e o IPI serão integrados na CBS, ambos dentro da guia DAS (Documento de Arrecadação do Simples). 

A principal novidade é que esses valores poderão ser usados como créditos tributários pelo tomador de serviços quando este for uma pessoa jurídica. No entanto, o crédito que o tomador pode se apropriar será equivalente ao imposto efetivamente pago pela empresa do Simples Nacional, que continua contando com as alíquotas reduzidas previstas neste regime.

Existe ainda a possibilidade de um sistema híbrido para as empresas no Simples. Nesse modelo, o empreendedor poderá optar por recolher o IBS e a CBS separadamente da guia DAS, aplicando a alíquota cheia de 26,5%, sem os benefícios do Simples Nacional. Desta forma, a empresa poderá abater, dos impostos a pagar, os tributos já recolhidos em suas compras e serviços tomados, além de conceder créditos tributários aos seus clientes. No entanto, é uma decisão que pode onerar significativamente a empresa em tributos, portanto, deve ser tomada com suporte do seu contador. 

Exemplos práticos para profissionais autônomos na Reforma Tributária

Digamos que você seja arquiteto, engenheiro, economista ou exerça alguma outra atividade como profissional liberal de forma autônoma, com uma empresa enquadrada no Lucro presumido, e trabalha em São Paulo faturando em média R$ 15.000 por mês. Hoje, você paga uma carga de 8,65% sobre esse valor, levando em conta os impostos que incidem sobre o consumo, como PIS, Cofins e ISS. Isso dá um total de R$ 1.297,50 em impostos mensais.

Com a Reforma, você passaria a pagar 18,55%, ou seja, cerca de R$ 2.782,50 de impostos mensais. É um aumento significativo, mas aqui entra uma parte importante: os créditos tributários. Esses créditos são uma espécie de “desconto” que você ganha sobre os impostos pagos em compras e serviços que sua empresa utiliza. Ou seja, tudo o que você gastar com fornecedores ou insumos pode ser abatido do valor total de impostos que deve ao final do mês.

É como se você fosse a um restaurante e, ao pagar a conta, você pudesse abater o valor do refrigerante que comprou no mercado. Esse conceito de “créditos” vai ajudar a reduzir o impacto da nova alíquota.

Vale lembrar que outros impostos, como os que incidem sobre a renda (IRPJ e CSLL) e sobre a folha de pagamento (INSS Patronal), não serão alterados pela reforma. Eles continuam incidindo da mesma forma.

Outro ponto importante é que nem todos os setores terão uma alíquota reduzida. Profissionais que trabalham com mercadorias ou serviços que não estão na lista de benefícios terão que calcular seus impostos com uma alíquota padrão de 26,5%. Aqui também, o uso dos créditos tributários será essencial para tentar reduzir o valor final a pagar.

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O planejamento tributário a partir de 2026 será vital para as empresas, pois não haverá apenas a escolha entre regimes tributários, mas também a escolha quanto a forma de recolhimento do IVA para empresas optantes do Simples Nacional.

No planejamento, as empresas precisarão avaliar principalmente quem faz parte do seu público, se é um público que aproveita créditos do IVA ou não, pois é a partir desta análise que iniciam-se as demais.

Neste cenário, o papel do contador passa a ter uma relevância muito maior, pois além de auxiliar com as simulações de impostos de acordo com os cenários possíveis para as empresas, há um período de transição de 8 anos onde haverá recolhimento simultâneo dos impostos pela sistemática atual e pela nova, de forma progressiva.

A Contabilizei, o maior escritório de contabilidade do Brasil, está pronta para assessorar os diversos perfis de profissionais autônomos em busca da melhor opção para economizar no pagamento de impostos e garantir o crescimento sustentável do seu negócio.

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Escrito por:

Charles Gularte

Contador técnico e responsável na Contabilizei. Charles Gularte é vice-presidente de Operações da Contabilizei desde 2015, responsável técnico da empresa e contador há mais de 20 anos (CRC PR-045113/O-7). Atualmente é líder do maior time de contadores certificados do Brasil, onde garante um modelo operacional escalável e sustentável, que entrega serviço, atendimento e suporte com excelência a mais de 50 mil micros e pequenos empreendedores. Formado em Ciências Contábeis pela FAE Centro Universitário e com MBA em Gestão Empresarial, Administração e Negócios pela FGV, iniciou a carreira em um escritório de contabilidade e seguiu para o mundo corporativo, onde é referência profissional quando se trata de uma rotina contábil segura, transparente e confiável no país.

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