Como montar uma Startup? como é e como funciona? O que é preciso para abrir uma?
Startup é uma empresa que tem um modelo de negócio criado em um cenário de incerteza, porém inovador, escalável e rentável. O número de negócios nesse modelo cresce mais a cada dia. No entanto, é preciso muito trabalho e dedicação para realmente entregar ao mercado soluções novas para problemas antigos.
Pensando em abrir empresa? Que tal descobrir mais sobre startup, como é e como funciona? Sim, entre os diversos tipos de negócios que você pode abrir, um deles é uma startup. O termo bastante conhecido e comentado nos últimos anos diz respeito a um modelo de negócio inovador, criado em um cenário de incertezas, mas escalável e repetível.
De uma forma mais simples, podemos dizer que startup é uma empresa iniciada do zero que cria soluções novas para problemas antigos.
Segundo informações da StartupBase, base de dados da Abstartups, Associação Brasileira de Startups, o Brasil já conta com mais de 13.200 startups, distribuídas em 634 cidades.
Muitos consideram que uma startup são apenas empresas voltadas para tecnologia, ou criadas em ambiente virtual, o que não é verdade.
O fato é que qualquer ideia inovadora, que gere uma nova solução e com potencial de lucros pode se tornar uma startup. Mas como conseguir isso? Quais passos seguir?
Neste artigo você vai descobrir tudo sobre startup, como é e como funciona, por onde começar e muito mais. Acompanhe!
O que é startup?
Ao pé da letra a palavra startup significa “ato de começar algo”. No entanto, a aplicação desse termo é muito mais ampla.
Startup é um modelo de negócio que traz soluções novas para problemas antigos. Ou seja, trata-se de uma empresa que, por meio de uma ideia inovadora, resolve dores antigas dos consumidores.
Mas quando falamos em “solução inovadora”, muitas pessoas pensam que as startups se limitam a empresas que têm como base a internet ou soluções digitais.
A verdade é que as startups precisam sim de tecnologia para chegar a esse resultado, porém, não se limita a ela.
Para ser considerada uma startup a empresa precisa ter algumas características bem particulares.
Assim, além de ser um modelo inovador, é preciso também que seja escalável, repetível e ter sido criada em um cenário de incertezas.
Modelo de negócio inovador
O modelo de negócio de uma startup não diz respeito apenas ao produto ou serviço que a empresa pretende oferecer, mas principalmente ao valor que isso trará para os clientes e ao potencial de lucro que pode gerar para seus idealizadores e investidores.
Escalável
O termo escalável refere-se a uma empresa que consegue gerar lucros sem que sejam necessários gastos extras na mesma proporção ou modificações no seu modelo base.
Repetível
Quanto ao repetível, trata-se de conseguir entregar a solução criada em uma escala ilimitada sem perder a qualidade.
Cenários de incertezas
Por ser baseada em uma ideia que foge do tradicional, nada garante que uma startup realmente dê certo. Por essa característica é que se diz que é uma empresa criada sobre um cenário de incertezas.
A ideia, no entanto, é conseguir fazer com que a empresa sobreviva financeiramente até que sua solução se torne realmente lucrativa.
Uma das maneiras de conseguir passar por essa fase é utilizando o MVP (Minimum Viable Product, ou Produto Mínimo Viável). Nesse molde, a startup lança seu produto e serviço, porém para um número limitados de pessoas.
Dessa forma, é possível avaliar a repercussão e aceitação, bem como identificar falhas que necessitam de ajustes e resolvê-las antes de lançar a solução em larga escala.
Essa abordagem reduz os custos e minimiza perdas financeiras comuns no início desse processo.
Que tipos de negócios podem ser uma Startup?
Ficar por dentro do termo startup, como é e como funciona, inclui também entender que esse tipo de empresa pode atender diferentes públicos. Ou seja, ela pode ser:
- B2B, Business to Business: modelo de “negócio para negócio” que se refere a empresas que atendem outras empresas e não o consumidor final;
- B2C, Business to Consumer: esse, por sua vez, é de “negócio para consumidor”, ou seja, as soluções criadas são destinadas diretamente ao cliente final;
- B2B2C, Business to Business to Consumer: como a sigla sugere, trata-se de uma empresa que atende outra empresa, mas que também tem como foco o consumidor final.
Considerando esses formatos, quais segmentos têm potencial para se tornarem startups? Veja algumas sugestões:
- aplicativos para celulares;
- soluções de segurança para TI (Tecnologia da Informação);
- criação de dispositivos vestíveis;
- negócios ligados à economia colaborativa;
- novas redes sociais ou adaptação de modelos estrangeiros;
- serviços de conveniência;
- terceirização de atividades;
- soluções voltadas para aprimoramento de serviços de saúde e educação.
Como abrir uma startup?
Todas essas possibilidades lhe inspiraram? Pois então este é o momento ideal de saber outra etapa desse trajeto sobre startup, como é e como funciona: o que é preciso para abrir uma empresa desse modelo.
Ainda que o conceito de inovação esteja totalmente relacionado às startups, a formalização de uma empresa desse tipo segue o mesmo padrão de abertura de qualquer outro negócio.
Ou seja, para abrir uma startup também é preciso:
- elaborar o contrato social;
- escolher o modelo societário;
- dar entrada na Junta Comercial;
- obter o CNPJ, Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas;
- obter a Inscrição Estadual;
- obter a Inscrição Municipal;
- solicitar o Alvará de Funcionamento etc.
Neste artigo vamos focar em mostrar a startup como é e como funciona. Mas não precisa se preocupar, pois não vamos lhe deixar na mão sobre como abrir empresa!
Para resolver essa questão leia o artigo “Como abrir empresa pela internet? Veja o passo a passo” e descubra tudo o que é preciso para abrir seu negócio sem sair de casa!
No entanto, até chegar à etapa de formalização propriamente dita, é preciso passar por diversas fases.
Para lhe ajudar nesse percurso, separamos as 10 dicas mais importantes de como criar uma startup de sucesso!
1. Comece com uma boa ideia
Descobriu uma forma mais fácil de realizar uma atividade do seu dia a dia? Talvez essa ideia possa se transformar em uma startup.
Porém, por mais que muitas pessoas tenham o conceito de “minha ideia é ótima, só falta dinheiro para pôr em prática” é preciso analisar se ela realmente é viável.
Aqui também não se pode esquecer que startup trata-se de uma empresa que traz soluções inovadoras para problemas já conhecidos.
Ou seja, querer lançar no mercado algo que já existe não é uma característica desse tipo de negócio.
2. Valide sua ideia
Para atender todos os pontos citados anteriormente, a dica é que você valide a sua ideia antes de tirá-la do papel.
Uma boa maneira de fazer isso é pesquisando o mercado no qual vai atuar para verificar se outras empresas já não lançaram soluções semelhantes a sua.
Além disso, vale conversar com o maior número possível de pessoas para ver o que o público acha da sua proposta.
Ir a feiras e eventos relacionados ao tema pode ser uma boa estratégia para obter essas informações.
3. Monte seu time
A ideia até pode ser sua, mas é bastante improvável que consiga fazer tudo o que precisa sem ajuda.
Por isso, para ter um negócio de sucesso é bem importante formar um bom time com pessoas que complementam suas habilidades.
De modo geral, uma startup é divida em quatro competências: gestão, tecnologia, operação e vendas. Ou seja, será preciso ter profissionais responsáveis por esses setores para que as responsabilidades e atribuições sejam divididas.
Aqui, vale convidar pessoas que já fazem parte do seu círculo de convivência, bem como lançar mão de networking e indicações de bons nomes.
4. Entre em acordo com seus sócios
Pesquisas apontam que um dos maiores motivos que levam ao fechamento de uma startup é o desentendimento entre os sócios.
Lembra o contrato social que citamos anteriormente? Pois esse documento é essencial para estabelecer o papel de cada um dentro da sociedade, definindo seus direitos e deveres.
Uma dica que, inclusive, aparece na cartilha do Sebrae sobre o tema, é criar também um contrato informal. Nesse, deve-se relacionar as expectativas, objetivos e limitações de cada sócio.
Ou seja, ainda que a pessoa escolhida para trilhar com você esse trajeto seja de sua total confiança e que tenham um ótimo relacionamento, negócios são negócios e devem ser tratados como tal.
Leia este artigo “O que é Contrato Social” e descubra tudo sobre esse documento.
5. Inicie os testes
Anteriormente havíamos citado o MVP, se lembra? Essa estratégia é extremamente importante quando se está iniciando uma startup.
O processo de testes do seu produto ou serviço, que é feita em escala reduzida, vai permitir identificar com clareza se sua ideia realmente será bem aceita no mercado e se tem mesmo potencial para ser lucrativa.
6. Mensure os resultados
As métricas são essenciais para medir a evolução do seu negócio. Por isso, é preciso definir quais serão utilizadas para identificar se metas estão sendo mesmo sendo alcançadas.
Por exemplo, se o teste inicial da sua startup visava constatar quantas pessoas se interessam em baixar seu aplicativo, é preciso ter uma métrica que faça essa mensuração.
Não trabalhar com números pode ocultar a realidade do seu negócio, bem como levar à perda de bons insights para aprimorá-lo.
7. Busque apoio
Considerando que todas as etapas anteriores deram certo, para que sua startup decole é bem importante buscar apoio. Nesse ponto há diversos canais que podem ajudar no crescimento da sua empresa.
As chamadas “incubadoras” ou “aceleradoras”, são instituições com programas específicos para startups.
Além de apoio financeiro, o empreendedor também recebe mentoria, ajuda para conseguir clientes, aproximação com outras empresas do segmento, entre outras funções que auxiliam na evolução da startup.
8. Capte investidores
Outra característica bem marcante das startups são os investidores. Porém, ainda que o termo “investidor-anjo” seja bastante utilizado nesse modelo de negócio, esse participante não cai do céu.
Assim, é preciso buscar (com determinação) pessoas e empresas que estejam interessadas em investir na sua ideia. Para conseguir isso é fundamental saber como apresentá-la.
O pitch é uma apresentação breve que deve ser levada aos potenciais investidores. Ainda que resumida, deve trazer os pontos mais importantes do seu negócio, incluindo:
- qual o produto ou serviço;
- qual o diferencial;
- quais as vantagens;
- o que os testes iniciais apontaram;
- qual o potencial de lucro;
- capital necessário para prosseguimento.
Infelizmente, a captação de investimento é o segundo motivo que leva ao fechamento das startups.
Algumas formas de conseguir recursos financeiros para continuidade das atividades são:
- convidando um novo sócio;
- com investimento FFF (family, friends, fools)
- solicitando um empréstimo e convertendo-o em participação societária;
- solicitando um financiamento coletivo (crowdfunding).
9. Defina a cultura da sua empresa
A cultura de uma startup é um dos pontos que atrai novos talentos (e até investidores) para a empresa.
Por isso, quando estiver em expansão, não deixe de manter a característica inicial da sua empresa, o perfil e os propósitos pelo qual ela foi construída.
10. Busque expansão
Seu modelo de negócio deu certo? Então por que não expandi-lo?
Se a sua startup se tornou realidade na região que propôs cobrir inicialmente, é bastante interessante expandir os horizontes e ir além dessas barreiras, criando uma estratégia que a torne nacional e, por que não, internacional.
Afinal, o objetivo de qualquer startup é se transformar em um negócio de grande sucesso, com crescimento maior e mais reconhecido a cada dia.
Quais empresas no Brasil e no mundo são startups?
Agora que você sabe mais sobre startup, como é e como funciona, é interessante ter em mente também que ter espírito empreendedor é a principal característica que uma pessoa precisa ter para abrir um negócio como esse.
Um dos motivos é que as startups estão mudando conceitos, alterando processos engessados e, com isso, melhorando a vida de milhares de pessoas e empresas todos os dias.
Mas para chegar a todos esses resultados é preciso muita força de vontade, trabalho, dedicação e, claro, acreditar na sua ideia.
Para lhe inspirar ainda mais, veja algumas das mais startups mais conhecidas no Brasil e no mundo.
Nubank
O Nubank é uma startup brasileira que entra na categoria das fintechs, que são empresas que utilizam tecnologia para promover soluções financeiras.
Criada em 2013, a instituição financeira recebeu sete rodadas de investimento, sendo a primeira de US$ 2 milhões, que contou com a participação das empresas Sequoia Capital e Kaszek Ventures.
No mais recente investimento o Nubank recebeu um aporte de US$ 400 milhões.
Uber
A startup que revolucionou o serviço de transporte particular em diversos países, foi criada em 2010. Em 2019 abriu capital na Bolsa de Nova York valendo US$ 82,4 bilhões.
iFood
Outra startup brasileira de sucesso é o iFood. A empresa fundada em 2011, mudou a forma de pedir e entregar comida e se tornou líder do segmento na América Latina, com forte presença na Argentina, México e Colômbia.
Em um dos seus últimos aportes, a empresa recebeu US$ 500 milhões investidos pela Movile Naspers e Innova Capital.
Contabilizei
Sim! Nós também somos uma startup!
Criada em 2013, por Vitor Torres e Guilherme Soares, o propósito da Contabilizei sempre foi inovar os serviços contábeis por meio da oferta de atendimento 100% on-line.
Em 2017, a empresa foi escolhida para participar do programa de aceleração do Google. Hoje, contamos com apoio de investidores como Endeavor, Curitiba Angels, e.Bricks Ventures, Point 72 Ventures, IFC e Kaszek Venture, mesmo investidor do Nubank.
Entenda um pouco mais sobre essa trajetória assistindo a entrevista do Vitor Torres para o Valor Econômico.
Para conhecer todos os serviços da Contabilizei, acesse agora o nosso site.
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Escrito por:
Vitor Torres
Vitor Torres é fundador e presidente da Contabilizei desde 2013, quando iniciou uma revolução ao liderar o movimento de desburocratização da contabilidade no país, tendo alcançado a liderança no segmento durante essa jornada. Hoje tem o propósito de simplificar a vida dos micros e pequenos empreendedores e fortalecer o futuro de cada um dos 50 mil clientes da companhia, transformando o cenário do empreendedorismo no Brasil. O executivo é formado em Administração pela Universidade Positivo, possui formação executiva em Liderança em Escala pela INSEAD, realizou um MBA de Administração e Negócios pela Columbia Business School e participou de um Programa de Liderança Executiva em Negócios pela Stanford University Graduate School of Business. Em 2016, foi selecionado como Empreendedor Endeavor. Reúne experiência na área de consultoria e análise de negócios, tendo apoiado de forma pioneira no desenvolvimento do ecossistema de startups.