Empreendedorismo Feminino: Importância e desafios

Empreendedorismo Feminino: Importância e desafios

O empreendedorismo feminino compreende os negócios idealizados e comandados por uma ou mais mulheres e, também, as iniciativas de liderança feminina, incluindo a atuação das mulheres em altos cargos dentro das empresas. 

De acordo com a Pesquisa PME-Empreendedoras realizada pelo Serasa Experian, a independência financeira é o principal estímulo para 40% das mulheres brasileiras que desejam se aventurar no empreendedorismo. Em segundo lugar, a flexibilidade de horário é citada por 29% delas, seguida pelo desejo de seguir suas crenças (24%), obter renda adicional (21%) e aumentar seus ganhos (20%).

Também segundo o Sebrae, no Brasil, há 10,3 milhões de mulheres empreendedoras no país, o que aponta que mais de  34% dos empresários brasileiros são mulheres. Destas, 45% são chefes de família, ou seja, são responsáveis pela principal e, muitas vezes, a única renda de seus lares. Além disso, 54% dos empreendedores homens empreendem por oportunidade, enquanto pouco mais de 55% das mulheres o fazem movidas pela necessidade.

Neste artigo, fique por dentro do tema e conte com uma dose extra de inspiração com a história da Marilice Santos, cliente da Contabilizei e empreendedora.

Dia do empreendedorismo feminino

Em função da importância do empreendedorismo feminino para diminuição das desigualdades, valorização da diversidade e contribuição para a economia, foi estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2014, o dia 19 de novembro como o Dia do Empreendedorismo Feminino. 

A ideia é atrair a atenção mundial para o impacto econômico e social do movimento, fortalecendo o protagonismo feminino. A iniciativa é coordenada pela ONU Mulheres, braço da entidade que tem como objetivo unir, fortalecer e ampliar os esforços mundiais em defesa dos direitos humanos das mulheres.

Quais os desafios da mulher no empreendedorismo?

Qualquer pessoa que decida se aventurar no mundo do empreendedorismo certamente encontrará desafios ao longo do caminho. No entanto, para as mulheres, esses desafios tendem a ser ainda mais notáveis. Além das questões comuns do dia a dia, o fato de ser mulher frequentemente significa enfrentar obstáculos e lidar com situações que os homens têm menos probabilidade de experimentar.

Enquanto empreendedores em geral mencionam a liberdade como a principal razão para iniciar seu próprio negócio, muitas mulheres brasileiras tomam essa decisão por necessidade, seja para complementar sua renda ou buscar independência financeira. Isso ocorre muitas vezes devido à responsabilidade que frequentemente recai sobre elas para cuidar do sustento de suas famílias.

A cliente da Contabilizei, Marilice Santos, tem 54 anos e iniciou sua carreira com análise de sistemas. “Em 90% da minha trajetória profissional eu participei como sócia de empresas cujas atividades foram de desenvolvimento de software, loja de celulares e até mesmo uma pizzaria. Estas empresas sempre foram em sociedade com o pai dos meus filhos, e quando me separei me vi perdida, com a autoestima baixa e com medo do futuro.”, comenta Marilice sobre o momento em que decidiu empreender.

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Por que apoiar o empreendedorismo feminino?

De acordo com as pesquisas e  refletindo todos os dados apresentados até aqui, podemos afirmar que:

  • O sucesso empreendedor de uma mulher garante o sustento de muitas famílias;
  • O empreendedorismo é uma importante ferramenta de transformação profissional, econômica, social e pessoal na vida das mulheres;
  • Empreender é uma atividade solitária e repleta de desafios, por isso, capacitações técnicas e comportamentais são essenciais para superar os obstáculos;
  • Empresas que se preocupam com o impacto da diversidade de gênero na liderança contam com funcionários mais engajados e têm crescimento de 5 a 20% nos lucros;
  • Empresas que investem na diversidade têm 33% mais chances de ter uma melhor performance financeira;
  • Empresas que investem na diversidade têm 27% mais chances de superar concorrentes em criação de valor em longo prazo.

Fonte das informações: Pesquisa “Empreendedorismo no Brasil – um recorte de gênero”, realizada pelo Instituto Rede Mulher Empreendedora; relatório “A diversidade como alavanca de performance”, realizado pela McKinsey; dados da Organização Internacional do Trabalho.

Exemplos de mulheres que nos inspiram

Começando pela cliente da Contabilizei, Marilice Santos, que comenta que, após o divórcio, “decidi que para ocupar minhas noites, eu faria uma faculdade de Gestão Financeira, já que em todos as empresas que tive, sempre trabalhei no administrativo/financeiro e acreditava que precisava conhecer um pouco de teoria, daquilo que vivenciei na prática por todos aqueles anos. A faculdade me deu amigos e a teoria que eu buscava, mas muito mais do que isso, me mostrou o quanto de conhecimento eu tinha e principalmente o quanto eu era capaz de realizar.”

Marilice abriu a própria empresa no final de 2022, a Abakus, com foco em BPO financeiro. “Comecei oferecendo o serviço de tesouraria para as empresas, e hoje, em parceria com a empresa da minha mentora, eu me destaco na Controladoria Financeira atendendo principalmente empresas que trabalham com infoproduto”, comenta. “Eu amo o que eu faço, é desafiador, o aprendizado é constante, nem um pouco monótono e é muito gratificante ver as empresas evoluírem e saber que você faz parte disso”, finaliza.

Outra mulher empreendedora e que é referência para muitas pessoas é a Luiza Trajano, da rede de lojas Magazine Luiza. Presidente do Conselho de Administração da empresa, ela passou por várias funções e transformou a empresa em uma das mais competitivas do setor varejista e, sempre, emprestando qualidades muito femininas à rede de lojas – empatia, defesa do empoderamento feminino, proximidade com clientes e muita sensibilidade às causas sociais e ambientais. 

Neste ano, inovou ao criar um programa de treinamento para jovens negros, que foi alvo de críticas racistas, mas que não a demoveram do propósito de contribuir para a transformação da sociedade. 

Outra empreendedora muito conectada ao enfrentamento das desigualdades, é a escritora, professora Eliane Potiguara, que se destaca pela defesa das mulheres indígenas.  Ela foi nomeada uma das “Dez Mulheres do Ano de 1988” pelo Conselho das Mulheres do Brasil por ter criado a primeira organização de mulheres indígenas no país: o GRUMIN ( Grupo Mulher -Educação Indígena) e por ter trabalhado pela educação e integração da mulher indígena no processo social, político e econômico no país. Em 1988, contribuiu na elaboração da Constituição Brasileira.

Já a empresária Ana Fontes foi eleita uma das 20 mulheres mais poderosas do Brasil, em 2019, pela revista Forbes, graças à sua dedicação em apoiar as empreendedoras do país. 

Nordestina e de origem pobre, ela usou seus erros e acertos na carreira para fundar a iniciativa Rede Mulher Empreendedora (RME), que já capacitou e apoiou mais de 500 mil mulheres interessadas em empreender.

Os serviços prestados pela rede e pelo Instituto RME são gratuitos, e a renda de Ana vem das consultorias prestadas a empresas.

Dessa forma, ela conseguiu usar sua experiência profissional para mudar os rumos do empreendedorismo feminino no Brasil.

Se pensarmos em empreendedorismo digital, a blogueira Camila Coutinho é um sucesso. O seu blog, Garotas Estúpidas, começou como uma brincadeira entre amigas e se transformou em um negócio altamente lucrativo, com crescimento comercial de 600% em 2020.

Exemplos de mulheres poderosas não faltam. Fundadora do festival de cultura negra Feira Preta, Adriana Barbosa começou com apenas 3 mil reais de patrocínio, em 2002, e, em 2019, movimentou R$1,5 milhão e seu evento já  é considerado a maior feira de afro empreendedorismo da América Latina. 

Conhecida por ser a primeira mulher negra a ocupar o posto de CEO de uma multinacional no Brasil, Rachel Maia hoje preside sua própria consultoria de negócios – RM Consulting. Na sua trajetória profissional, em empresas como Tiffany e Pandora, foi reconhecida pela gestão humanizada, o que lhe rendeu cinco prêmios Great Place to Work de liderança.

Muna Darweesh fugiu da guerra civil da Síria, em 2013, e encontrou no Brasil a acolhida para ela e sua família. Com dificuldade de exercer sua profissão, professora de inglês, teve a ideia de vender doces árabes tradicionais e, hoje, está à frente do Muna – Sabores & Memórias Árabes, em São Paulo. 

Com tantas histórias inspiradoras, você também está disposta a empreender? Sim, há desafios a serem enfrentados, mas com a ajuda da Contabilizei tudo fica mais fácil. 

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Escrito por:

Vitor Torres

Vitor Torres é fundador e presidente da Contabilizei desde 2013, quando iniciou uma revolução ao liderar o movimento de desburocratização da contabilidade no país, tendo alcançado a liderança no segmento durante essa jornada. Hoje tem o propósito de simplificar a vida dos micros e pequenos empreendedores e fortalecer o futuro de cada um dos 50 mil clientes da companhia, transformando o cenário do empreendedorismo no Brasil. O executivo é formado em Administração pela Universidade Positivo, possui formação executiva em Liderança em Escala pela INSEAD, realizou um MBA de Administração e Negócios pela Columbia Business School e participou de um Programa de Liderança Executiva em Negócios pela Stanford University Graduate School of Business. Em 2016, foi selecionado como Empreendedor Endeavor. Reúne experiência na área de consultoria e análise de negócios, tendo apoiado de forma pioneira no desenvolvimento do ecossistema de startups.

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