Pivotar startup, pequenas e micro empresas: o que significa isso?
Neste artigo você vai ver:
Pivotar é um termo derivado do inglês que traduz a sobrevivência das empresas diante de um desafio ou crise. Significa também, mudar completamente a direção ou propósito de uma empresa para que o sucesso e sustentabilidade sejam alcançados, construindo uma empresa de sucesso.
O que é pivotar uma startup?
O conceito de pivot em startups é testar novas hipóteses, mantendo a base para não perder o que já foi conquistado.
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A pivotagem faz parte da vida das startups, porque durante a fase inicial, sem a devida orientação e dentro de um cenário de total incerteza, há grandes chances de você pular algum aspecto importante no desejo de conseguir, de forma rápida, chegar em um nível estável de maturidade.
Qual o momento de pivotar?
Para saber o momento de pivotar é preciso avaliar como está o negócio com análise de mercado e apuração de dados internos para tomar uma boa decisão.
Segundo o Sebrae, é preciso avaliar quatros pontos: a razão de pensar na pivotagem, o estágio atual do negócio, o grau de mudança necessária e os recursos internos existentes, entenda mais cada um deles:
- A razão da pivotagem: o que está acontecendo na empresa e se algo justifica uma mudança;
- Estágio atual do negócio: se está começando é mais fácil mudar, se tem mais tempo de mercado exige um reposicionamento e precisa ter uma pivotagem ainda mais estratégica;
- Grau de mudança: quanto maior a transformação do negócio, maiores serão os recursos necessários, como energia, tempo e dinheiro;
- Recursos disponíveis: analisar o que se tem à disposição do negócio, como dedicação, energia e planejamento com começo, meio e fim da pivotagem, para que seja finalizada e trazer resultados.
Pivotar ou preservar o negócio?
Depende. Para saber se deve pivotar ou preservar o negócio, é preciso coletar feedbacks dos clientes — e prospects, se possível — e dados referente ao seu segmento para traçar um panorama geral de onde sua empresa se encontra no momento e para que lugar irá nos próximos anos.
Isso irá facilitar a avaliação com clareza para saber qual a melhor opção e como estruturar estratégias, pensando nas mudanças necessárias e nos testes que irá realizar na empresa.
Como montar um plano de pivotagem passo a passo?
Tudo em um negócio deve ser feito com planejamento, para ter mais clareza das necessidades do negócio diante de uma crise ou de novos testes para o crescimento da empresa, assim como a avaliação dos CNAEs.
Segundo a Endeavor, um pivot bem-sucedido só é possível quando baseado no mapeamento e análise de todas as variáveis que influem no seu negócio, desde tecnologias e hábitos de consumo, passando por legislações, concorrência, fornecedores e até na disponibilidade de matéria prima. Além disso, lembre-se de que pivotar é girar sobre o próprio eixo, ou seja, sempre leve em conta a experiência e capacidade adquiridas pela sua startup.
Passo a passo para um plano de pivotagem
O planejamento precisa ser estratégico para elaborar um plano de pivotagem para uma startup, pequena ou micro empresa.
1. Análise SWOT ou FOFA
A análise SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities e Threats) aborda as Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças. Essa análise consiste em pontuar o que você tem de aspecto positivo e o que você tem de aspecto negativo dentro e fora do negócio.
2. Missão, Visão e Valores
Definir a missão, visão e valores do seu negócio não significa escolher várias palavras bonitas para colocar no site da sua empresa.
O importante é parar para pensar no assunto. Um bom exercício para entender o que é a missão, a visão e os valores de uma empresa é observar as empresas que vocês admiram. Algumas empresas não divulgam os 3, mas vale a pena dar uma olhada em algumas empresas como: Google, Facebook e Starbucks.
3. Objetivos e Metas
Quando definimos os objetivos e metas geralmente usamos a técnica SMART (Specific, Measurable, Achievable, Relevant and Time-bound – em português: Específico, Mensurável, Atingível, Relevante e Temporal).
4. Estratégias e Plano de Ação
Com o design thinking, é possível definir as estratégias e criar um plano de ação para alcançar aquele objetivo. Em cada ação estabelecemos: responsável, data de início e fim, status atual, prioridade e custo.
Para manter a agilidade das startups e pequenas empresas, é indicado que se tenha um plano de ação enxuto para concentrar as energias em algumas dimensões sem atirar para todos os lados e sem tentar fazer tudo ao mesmo tempo.
5. Monitoramento
Com o plano organizado, é importante que se defina uma periodicidade para rever, monitorar as ações e acompanhar os resultados da pivotagem.
Como ter apoio técnico para pivotar?
Para pivotar, é possível contar com apoio técnico de especialistas da área, como aceleradoras de negócios para que com suas experiências possam entender a situação atual da empresa e trazer soluções e novos testes com a pivotagem ou preservação.
No Brasil, esse ecossistema começou a tomar forma há cerca de cinco anos e hoje está mais consolidado, com aceleradoras de diferentes focos e propostas.
Algumas aceleradoras são:
- ACE;
- Artemisia;
- Baita;
- CESAR.Labs;
- Liga Ventures;
- Sýndreams;
- Techmall;
- Ventiur;
- Wayra;
- WOW.
Exemplos de empresas com pivotagem de sucesso
Veja empresas que deram certo depois de terem pivotado.
1. Netflix
A Netflix foi do DVD ao streaming. Ela começou como uma locadora de DVD pela internet, até que percebeu que o streaming era uma grande oportunidade. Optou, então, por pivotar seu modelo, eliminar a entrega física e disponibilizar seus filmes e séries por streaming.
2. Avon
O criador da Avon, em 1886, vendia livros de porta em porta. Como brinde, oferecia pequenos frascos de perfumes, pois, assim, despertava o interesse e a disposição das mulheres em ouvi-lo.
Com isso, entendeu que mudar o foco poderia ser um ótimo negócio. Hoje, a Avon tem 6 milhões de revendedoras e está em 100 países.
3. Paypal
A Paypal começou com um modelo de negócios de troca de dinheiro virtual entre aparelhos de assistência pessoal, como o Palmtop. Porém, com o tempo perceberam que o empreendimento deles estava no sistema de micropagamentos, além da troca de dinheiro na web.
Por terem tomado essa decisão, hoje o Paypal é uma das gigantes do ramo e já está em mais de 180 países.
4. Starbucks
A Starbucks inicialmente vendia máquinas de café e sementes de café para seus clientes nas suas lojas. Quando o CEO estava viajando pela europa, enxergou a possibilidade de transformar a Starbucks em uma cafeteria nos moldes europeus.
Após isso, a Starbucks passou a vender seus cafés na própria loja, criando um ambiente agradável e que estimula o consumidor a ficar no estabelecimento por um bom tempo.
5. Easy Taxi
O empreendedor Tallis Gomes tinha pensado em criar um aplicativo de monitoramento dos horários de ônibus com a Easy Taxi. Depois de uma experiência em que teve muita dificuldade para conseguir um táxi, desenvolveu a ideia do que seria o Easy Taxi.
Em 2011, a startup venceu o concurso da aceleradora Startup Farm Rio 2011. Hoje, a startup está presente em 30 países, tem uma rede com mais de 120 mil taxistas e recebeu várias rodadas de investimento.
Pivotar: mudança no modelo de negócio
Lembre-se que pivotar não é sinal de desistir do negócio, é entender a necessidade da empresa no momento, analisando o mercado interno e externo para deixar o negócio mais flexível e lucrativo.
Um bom líder consegue enxergar a importância de testar novas hipóteses, de aprender com os erros e criar algo ainda melhor. Para analisar toda a parte contábil e administrativa do seu negócio, no momento de decidir pivotar ou não, conte com nossa equipe de especialistas para ter mais segurança na tomada de decisão.
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Escrito por:
Vitor Torres
Vitor Torres é fundador e presidente da Contabilizei desde 2013, quando iniciou uma revolução ao liderar o movimento de desburocratização da contabilidade no país, tendo alcançado a liderança no segmento durante essa jornada. Hoje tem o propósito de simplificar a vida dos micros e pequenos empreendedores e fortalecer o futuro de cada um dos 50 mil clientes da companhia, transformando o cenário do empreendedorismo no Brasil. O executivo é formado em Administração pela Universidade Positivo, possui formação executiva em Liderança em Escala pela INSEAD, realizou um MBA de Administração e Negócios pela Columbia Business School e participou de um Programa de Liderança Executiva em Negócios pela Stanford University Graduate School of Business. Em 2016, foi selecionado como Empreendedor Endeavor. Reúne experiência na área de consultoria e análise de negócios, tendo apoiado de forma pioneira no desenvolvimento do ecossistema de startups.